Português em marcha... foi isto que senti estar a acontecer quando ingressei no curso de formação Implentação do Novo Programa de Português para o Ensino Básico e, por isso, achei apropriado intitular desta forma o blogue que aqui disponibilizo e que tem como objectivo divulgar o trabalho desenvolvido ao longo das sessões, proporcionando um espaço de partilha e reflexão.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Reflexão 2ª sessão (12 e 13 de Novembro)

Respeitante à 2ª sessão da formação, importa referir que foi iniciada com a partilha de experiências sobre o trabalho até então desenvolvido, altura enriquecedora em que expusémos as nossas dúvidas, nos lamentámos e nos congratulámos, de uma forma ou de outra, por um ou por outro motivo.
Nestes dois dias abordámos as competências do Conhecimento Explícito da Língua e da Escrita, realizando trabalhos em pequeno grupo, sempre interciclos, com apresentação em plenário.
Concernente ao Conhecimento Explícito da Língua, e após termos observado os resultados de um estudo da DGDIDC, mais uma vez, senti que revia ali as minhas práticas, senti que aquilo acontecia comigo, na minha profissão e no meu desempenho. Leccionar conteúdos de CEL carece, não só da explicação de regras, da sua exemplificação, aplicação e treino; não só de ser abordados a partir de actividades de leitura e escrita, mas sim de os integrar e interligar com todas as outras competências para que os alunos não sintam que cada conteúdo é uma parte que se "arruma em gavetas separadas". Assim, revela-se importante aferir que conhecimentos linguísticos têm os alunos; programar e planificar o trabalho com base nesses conhecimentos e com vista a que os discentes consigam mais tarde aplicá-los noutras competências.
O trabalho realizado na sessão sobre as dificuldades dos alunos e dos professores; o tipo de trabalho e os instrumentos de apoio usados, bem como propostas para superação das dificuldades sobre o CEL, levou-me a reflectir sobre a minha prática e, apesar das planificações por mim elaboradas serem sequenciais e resultarem de forma positiva quando transpostas para as aulas, apercebi-me que também o faço por conteúdos, embora julgue estar a enquadrá-los, mas quase sempre a partir de uma actividade de leitura e escrita. Percebi que há um longo caminho a percorrer para aperfeiçoar aquilo que tento transmitir aos meus alunos e que, quando penso estar a fazer o melhor para eles, se calhar, preciso repensar e partir deles e do que eles conhecem.
No decorrer deste dia, chegámos a um ponto que me suscita algumas dúvidas: a anualização do CEL. Seguindo um exemplo, tentámos, em grupo, fazer um exercício de anualização de um conteúdo, tendo sempre em atenção a progressão e a complexificação exigidas por momentos ou ciclos. Foi algo um pouco difícil de realizar, são muitos, mas lá conseguimos esquematizar o trabalho e atender ao que nos era pedido. Confunde-me o facto de, já em tempo de operacionalização, em departamento, termos de proceder à anualização de todos os conteúdos do CEL: como vamos fazer? Podemos fazer uma anualização geral, a nível de Departamento, ou cada professor deve elaborar a sua e adequar às especificidades de cada turma? Ainda me sinto um pouco "perdida", mas com o tempo lá chegarei...
No 2º dia desta sessão de formação, lançámo-nos aos desafios da escrita e constatei que escrever é realmente uma actividade complexa que pressupõe a execução de várias etapas: pré escrita; planificação; textualização; revisão. Só desta forma o professor conseguirá bons resultados na escrita dos seus alunos, mas isto requer treino e, sobretudo tempo, que nós, muitas vezes, sentimos não ter.
Analisámos algumas propostas de escrita, em pequeno grupo, actividade bastante enriquecedora, uma vez que deveríamos criticar os documentos retirados de manuais dos três ciclos de ensino, que por nós podiam ser utilizados, proporcionando, mais uma vez, a articulação e a partilha de experiências. Todos os grupos apresentaram as suas conclusões, tendo-se concluido que afinal são poucas as actividades de escrita que apelam às etapas necessárias descritas. Uma oficina de escrita na escola faz falta!
Terminámos esta sessão abordando os eixos da compreensão oral.
Desta 2ª sessão realço a importância que é dada ao CEL, reconhcendo-o como competência nuclear, apostada no conhecimento implícito que os alunos têm da língua, mas que, repetidamente, nem dão por ele e cabe-nos a nós, profesores, fazer com que eles explicitem aquilo que já detêm, aperfeiçoando-o, e promover estratégias para a sua aplicação nas demais competências.

1 comentário:

  1. Não consegui ler a tua entrada toda pois pareceu-me muito maçadora e deu-me sono logo de início mas só te quero dizer: força estamos contigo e com o novo programa!

    ResponderEliminar