Português em marcha... foi isto que senti estar a acontecer quando ingressei no curso de formação Implentação do Novo Programa de Português para o Ensino Básico e, por isso, achei apropriado intitular desta forma o blogue que aqui disponibilizo e que tem como objectivo divulgar o trabalho desenvolvido ao longo das sessões, proporcionando um espaço de partilha e reflexão.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Replicações (4.ª e 5.ª)


4ª Sessão


   No dia 3 de Março de 2010 realizou-se, na EBI de Lagoa, a quarta sessão de replicação do curso de implementação do Novo Programa de Português para o Ensino Básico, subordinada à competência da Leitura. Os docentes dos 1º e 2º ciclos, respectivamente grupos 200, 210 e 220, e Programa Oportunidade foram convocados pelo Conselho Executivo, tendo sido convidados a participar os docentes do Departamento Especializado de Orientação Pedagógica devido à sua formação base.
   As formandas Graça Borges e Susana Barrinho organizaram a sessão com recurso a powerpoint, utilizando para o efeito e como base os documentos de apoio disponibilizados na plataforma, bem como o Programa e o respectivo GIP.´
   A sessão iniciou-se, à semelhança da formação recebida pelas docentes, com a análise de alguns textos, questionando os replicandos sobre as várias formas de os trabalhar nos diversos ciclos. Prosseguindo, as formandas explicitaram informações sobre a competência em foco, explorando o GIP respectivo e os conceitos presentes nos Novos Programas: resultados de estudos PISA; reflexões sobre as práticas de leitura na aula de Português; conceito de leitura; processos de leitura; interacção de factores na leitura; papel do professor no desenvolvimento da leitura; actividades, estratégias e etapas a desenvolver no âmbito da leitura. Foi ainda explorado o assunto da educação literária, evidenciando a mais valia dos textos literários nas aulas de Português, contemplados no Plano Nacional de Leitura, que integrará o recém criado Plano Regional de Leitura, filiado no Currículo Regional, e que foi dado a conhecer aos presentes nos seus fundamentos e âmbitos.
   A questão do corpus textual foi novamente abordada, bem como a explicitação dos contextos promotores de leitura nas suas diversas vertentes.
   A última parte da sessão prendeu-se com uma nova análise, por parte dos docentes participantes, à forma de trabalhar os textos inicialmente distribuídos, uma vez que haviam já sido explanados os conceitos inerentes à competência da leitura.
   Os docentes participaram com interesse, uns acharam que os textos eram adequados, outros opinaram nunca vir a trabalhar os documentos disponibilizados com alunos seus, mas referiram algumas experiências de actividades de leitura levadas a cabo no seu percurso profissional. Foi referido que a competência da leitura é deveras importante, no entanto é igualmente importante que as escolas, nomeadamente as suas bibliotecas, sejam equipadas com as obras necessárias à elaboração do respectivo corpus textual e em número necessário para desenvolver trabalho nas turmas. Evidenciaram ainda alguma preocupação quanto ao tempo a disponibilizar nas suas aulas para uma boa prossecução da implementação de todas as competências referenciadas nos Novos Programas, pelo menos com as indicações presentes. As formandas tentaram tranquilizar os colegas ressalvando o facto de haver ainda tempo para amadurecer conceitos e testar actividades, relembrando que os exercícios de anualização e as vindouras sequências didácticas poderão vir a desvanecer algumas inquietações.


5ª Sessão
   A quinta sessão de replicação ocorreu no dia 17 de Junho de 2010, tendo por base a análise ao GIP da Escrita e o conceito de Sequência Didáctica. O recurso de apresentação utilizado foi, mais uma vez o powerpoint e participaram todos os docentes convocados e convidados, à semelhança das sessões anteriores.
   Desta forma, as formandas iniciaram a sessão com uma apresentação da estrutura e dos fundamentos do referido GIP: etapas da escrita; modelos de correcção; concepções; dimensões; contextos promotores do desenvolvimento e aprendizagem da escrita e papel do professor. mmmForam referidas actividades descritas no documento, exortando os presentes a testar algumas delas com os seus alunos.
   Relativamente a este assunto, os docentes referiram, mais uma vez, que o Programa era de carácter ambicioso tendo em conta a realidade com que trabalham e que sentem alguma dificuldade em operacionalizar desta forma as competências explanadas no Programa.
   Na segunda parte desta sessão de replicação foi abordado o tema das sequências didácticas. As formandas optaram por explorar os conceitos inerentes à realização das sequências, tais como competência foco e associadas, etapas, descritores de desempenho, conhecimentos prévios, avaliação. Em suma, apresentou-se o esquema de uma sequência didáctica. Foi explicado um modelo de sequência realizado no módulo IV da formação para que os colegas tivessem a percepção do próprio modelo e da dinâmica de processo para elaboração de tal documento.
   Este assunto suscitou, como era de esperar, dúvidas por parte dos docentes, algumas pertinentes, tais como a dificuldade em estabelecer conhecimentos prévios apenas para a competência foco ou também para as associadas; como obter os conhecimentos prévios, ou ainda, como operacionalizar as sequências no 1º Ciclo, tendo em conta as diversas áreas com linguagens diferentes. Nem sempre as formandas souberam responder concretamente às dúvidas colocadas, uma vez que também ainda se encontram em processo de formação, tendo dado precisamente tal indicação. Ressalvaram uma vez mais que a formação continuará no próximo ano lectivo e que, por esse motivo, optariam por não pedir aos colegas um trabalho prático de sequência didáctica nesta sessão, quer pelo período do ano lectivo, quer pela necessidade de se amadurecer conceitos. Deixaram em aberto a possibilidade de algum ou alguns docentes poderem experimentar o exercício, caso lhes aprouvesse, e evidenciaram o facto de não haver um modelo estático do documento, cada um deveria adaptá-lo à sua realidade.
   Devemos referenciar que os docentes fizeram um balanço da pertinência das sessões de replicação, tendo alguns considerado que, nos moldes actuais, são pouco profícuas, uma vez que não vêem as suas dúvidas totalmente esclarecidas. Neste âmbito, as formandas voltaram a referir que há ainda muito caminho a percorrer, aprendizagens e amadurecimentos a fazer, pelo que no início do próximo ano lectivo se voltará a abordar os conceitos inerentes aos Novos Programas e que, até lá, cada um deveria fazer trabalho autónomo de enriquecimento. Outros docentes concluíram que as replicações foram importantes para dar um conhecimento geral do pretendido pelos Novos Programas de Português e concordaram com o facto de haver mais um ano de trabalho sobre o tema.
   Não haverá sessões de replicação em Julho por uma questão de agenda de trabalho já elaborada e distribuída.
   Consideramos ter cumprido o nosso dever, com a intenção de proporcionar informação pertinente e troca de experiências entre pessoas e ciclos de ensino, por forma a optimizar a implementação destes Novos Programas de Português.
   Os trabalhos elaborados para as sessões de replicação podem ser consultados nos nossos blogues/ portefólios.
                                                                                                             Graça e Susana

Reflexão módulo IV

"Antes de escrever, portanto, aprendei a pensar." (Nicolas Boileau)

Decorreu, nos dias 27 e 28 de Maio de 2010, o último módulo do curso de implementação dos Novos Programas de Português para o Ensino Básico, incidindo em dois momentos distintos: GIP da escrita e Sequências didácticas.

O GIP da escrita vem apenas confirmar aquilo que já se encontrava expresso no NPPEB: a escrita é um processo que se treina e é feito por etapas em que o professor não é o “carrasco”, mas o “companheiro” durante a sua prossecução. É difícil escrever um texto, os nossos alunos evidenciam bem essa dificuldade, e para o professor é realmente difícil corrigir um texto, eu acho, e depois de ver a entrevista de Lobo Antunes, fiquei ainda com mais certezas. A escrita é um processo criativo, muitas vezes o professor nem liga a isso, remete-se apenas à ortografia, coerência, estrutura… Encontrei uma frase que me fez reflectir sobre o que muitas vezes tive vontade de fazer enquanto aluna e os meus professores me “castraram” e, por isso, se calhar, copiei o modelo deles, ainda que nem sempre seja o mais correcto, agora percebo e, ao transmiti-lo aos meus alunos posso estar a fazer o mesmo. A frase levou-me a pensar que às vezes, enquanto professores, consideramos um texto incipiente, mas provavelmente até não é, pode depender da intenção de escrita do aluno enquanto pessoa envolvida num determinado contexto em que desenvolveu aquele nível de criatividade: «Escreve, se puderes, coisas que sejam tão improváveis como um sonho, tão absurdas como a lua-de-mel de um gafanhoto e tão verdadeiras como o simples coração de uma criança. » (Ernest Hemingway).



Pensar em acompanhar o processo de escrita de todos os alunos de uma turma ao mesmo tempo é ainda uma ideia que tenho que amadurecer. Como se faz? Se não for com etapas e actividades bem geridas penso que pode causar problemas na aula, mas hei-de testar isso, pois até hoje revi-me completamente nos comportamentos dos docentes evidenciados na sessão de formação: eu risco, faço comentários, corrijo por cima, enfim, pratico aquilo que a maior parte, com certeza, faz e nem nos damos conta do erro que estamos a cometer, podemos até fazer o aluno perder o gosto pelo acto de escrever. Bem, sei que não quero continuar a fazer parte deste rol, por isso vou esforçar-me por desenvolver com os meus alunos o processo da escrita em todas as suas etapas, de carácter tão importante na aprendizagem da competência da escrita por parte dos alunos. As actividades presentes no GIP deverão ajudar-nos a conseguir melhores resultados, assim esperamos.

Falemos de sequências didácticas, essas benditas que teimam em fazer-se difíceis na nossa cabeça. Nesta sessão de formação, os formadores clarificaram conceitos que nos serão úteis para a elaboração das sequências, muito obrigado. Ao analisarmos um exemplo de sequência didáctica, conseguimos já detectar algumas falhas, mas também mais valias e assim percebemos melhor o que teremos que fazer, denotando aqui , ainda que, para mim, de forma básica, um conhecimento superior em relação à primeira vez em que mexi com uma sequência didáctica.

Ficou bem demarcado que uma sequência didáctica não parte dos conteúdos ou de um tema, embora eu achasse que me seria mais fácil a partir daí, mas agora encaro esta planificação com outro olhar e outro pensamento: os descritores de desempenho são o ponto de partida, devendo diagnosticar-se os conhecimentos prévios dos alunos, articulando competências com conteúdos. Em cada sequência didáctica os alunos desenvolvem uma competência, a foco, no entanto, não podemos descurar as outras, que entram ao serviço daquela, trabalhando sempre todas as competências numa sequência didáctica. A aprendizagem dos alunos é um todo, o NPPEB prevê a distribuição equitativa das competências por ano e por ciclo, pelo que, quando se faz um exercício de anualização, isso deverá ser tido em conta. Já fui referindo aos meus colegas e repetindo para mim própria que não é possível fazer uma sequência anual, como anteriormente fazíamos, teremos que elaborar tantas quantas necessitarmos, encadeadas e que preconizem a aquisição de todas as competências previstas para os alunos de determinado ano ou ciclo.

Nesta sessão, foi evidenciado um novo conceito: o de elaborar sequências didácticas por etapas. Estas poderão, e vão, no meu entender, auxiliar no desenvolvimento das competências atribuídas a cada sequência. Deverão promover experiências de significativas para os discentes, seguindo a ideia de progressão e de complexificação descrita no Programa. É um trabalho que deve ser muito consciente, pois a articulação de todos os factores é imprescindível.

Claro, ainda há a parte da avaliação, bicho de sete cabeças também, mas já ficou entendido que deve ser processual e final, em partes distintas.

Quem já passou pela experiência de elaborar uma sequência didáctica sabe que não é um trabalho fácil, que exige muito de nós, mas é de realçar que o facto de ter podido, na formação, rever a primeira que foi elaborada, me permitiu melhorar alguns aspectos que ficaram mais esclarecidos e, ponto assente, fazendo é que se aprende e se melhora. Claro que ainda tem erros, mas ainda tenho mais um ano para trabalhar sobre este e outros aspectos e espero melhorar e ser capaz de fazer sequências profícuas para a aprendizagem dos meus alunos.

Tenho que confessar que me faz ainda confusão sequencializar para turmas diferentes, com realidades e conhecimentos prévios individuais, mas considero ser um documento importante e de melhoria para o ensino e para a aprendizagem do Português, que vai obrigar o professor a ter um bom conhecimento do Programa, aliás, julgo até não conseguir fazer sequências sem o Programa por perto. Sinto, efectivamente, dificuldades em elaborar uma sequência didáctica, preciso de mais tempo, de partilha de experiências, de cabeças iluminadas e de mentes que não travem o processo, sem dúvida.

Replicações (1.ª, 2.ª e 3.ª)

  
  Para as sessões de replicação foram convocados os professores: do 1º Ciclo, incluindo Programa Oportunidade e dos grupos 200, 210 e 220, do 2º Ciclo. Os docentes do Departamento Especializado de Orientação Pedagógica foram convidados a participar, uma vez que a sua formação base é dos referidos ciclos). Foi facultado, atempadamente, o Novo Programa de Português, em suporte papel e por mail, aos professores que participaram nas sessões de replicação.
   Realizaram-se três sessões de replicação, relativas aos módulos I e II da formação.
   A primeira sessão, em 27 de Janeiro, centrou-se na apresentação do contexto, do enquadramento e da estrutura do Programa. Realizaram-se actividades de grupo com os colegas para que contactassem e conhecessem o documento com que irão trabalhar, valorizando a articulação entre ciclos (ver powerpoint).
   A segunda sessão, decorrente em 3 de Fevereiro, debruçou-se sobre a competência do oral (compreensão e expressão). Foi proporcionada a realização de actividades individuais e de grupo, mais uma vez, interciclos (ver powerpoint).
   Na terceira sessão, levada a cabo em 10 de Fevereiro, foram abordadas as competências da escrita e do CEL, com o desenvolvimento de tarefas interciclos. O GIP do CEL foi disponibilizado aos colegas em suporte informático. Referiu-se a questão da anualização, no entanto, e por motivos de horário, pediu-se aos colegas que reflectissem sobre a questão, não se tendo efectuado um exercício prático, aspecto que trabalharemos numa outra oportunidade (ver powerpoint).
   As referidas sessões foram apresentadas com recurso a diapositivos em power point por se considerar que seria a melhor forma de proporcionar a todos um bom acesso visual. Os materiais utilizados foram elaborados com base nos documentos disponibilizados nas sessões de formação e através da análise do Programa e do GIP do CEL.
 

Reflexão 3º Módulo

11 de Fevereiro – 1ª sessão


Nesta sessão foi abordada a competência da leitura, sobre a qual estava expectante, uma vez que me é uma actividade prazerosa e o mesmo sinto quando proporciono leituras aos meus alunos, embora com muito menos frequência e qualidade do que seria desejado, confesso.

Muito bem preparada a apresentação, senti que aquele tempo não era suficiente para abordar tal competência com a profundidade necessária, mas despertou-me para aquilo que realmente faço aquando de um momento de leitura na sala de aula. Normalmente, toda uma aula de Português se desenvolve em torno e a partir da leitura de um determinado tipo de texto, mas verdade seja dita que são poucas as vezes que cumpro todas as fases do processo, principalmente a da pré-leitura. Não é que delas não tivesse já conhecimento e que não as tivesse aplicado até no estágio, mas criam-se vícios (péssimos…) e passa-se por cima, não tomando consciência de que qualquer uma das fases do processo de leitura se revela de extrema importância para os alunos. Desta forma, percebi que tenho necessidade de rever as minhas práticas nesta competência em contexto de sala de aula, embora incentive bastante os alunos para a leitura de obras integrais, adequadas à sua faixa etária e com algum nível de complexidade. Pergunto-me: porque será que nem sempre consigo fazer com que os alunos tenham o mesmo gosto pela leitura do que eu? Será falta de motivação da minha parte? Será que não transporto para a sala a tipologia textual mais interessante? Tudo isto é possível, por isso, espera-me um trabalho mais aprofundado para e com os meus alunos. Não obstante, creio que existe um outro problema, quanto a mim, grave, e que diz respeito à sociedade em geral: temos cada vez menos pessoas com vontade de ler! Os pais dos alunos, muitas vezes, não têm paciência para se sentarem com os filhos a ler, ou para comprar livros e criar uma biblioteca em casa; outros há que até têm o gosto, mas não têm as possibilidades, sobretudo a nível económico, e assim se cria um fraco hábito de literacia, tão importante na construção do saber e do ser. Provoca-me alguma confusão a dissociação de algumas famílias no incutir desta competência, pois como diz Daniel Sampaio «A investigação tem demonstrado a possibilidade de a leitura ampliar as capacidades do cérebro, criando diferentes perspectivas de interpretação da realidade e novas competências no manejo das emoções, contribuindo para a melhor compreensão da complexidade do mundo. Especialistas defendem que o que importa é que a criança leia, sobretudo textos que a mobilizem e não se afigurem desconexos em termos de espaço e tempo, o que poderá levar ao abandono do livro. Por isso, o interesse de uma criança ou de um adolescente por qualquer tema deverá ser incentivado, porque estará a contribuir para o ganho de hábitos de leitura, que só se poderão consolidar nas idades jovens. Costuma dizer-se que se pode ler um livro a uma criança desde muito cedo, na prática deve seguir-se o conselho de segurar a criança ao colo e com a mão disponível ler-lhe um episódio qualquer que o faça sonhar: não importa, a princípio, se é ou não um texto de muito valor literário». A escola é o meio mais directo para colmatar, pelo menos, uma parte deste problema, mas debatemo-nos com outras questões: quando nos foi pedido, na sessão de formação, que elaborássemos um plano anual de leituras para uma turma, achei difícil, pois um trabalho daquela natureza implica conhecimento prévio de uma vasta quantidade de obras que, confesso, não domino totalmente e, por outro lado, como se vai proporcionar aos alunos o acesso a essas obras seleccionadas? Sabemos bem que as bibliotecas das nossas escolas não estão devidamente apetrechadas, quer em qualidade, quer em quantidade, e que os manuais nem sempre nos oferecem a possibilidade de leituras integrais, o que implica um esforço ainda maior por parte dos docentes no concertar de estratégias para promover da melhor forma a competência da leitura nos alunos, mas “Na construção de nosso conhecimento, os livros são os tijolos e os professores são os pedreiros.” ( Jonathan Fonseca Fogo)

Grande é o caminho ainda a percorrer…

Depois desta sessão de formação, debrucei-me sobre o GIP da leitura e fiquei entusiasmada , e até mais esclarecida, com algumas actividades nele propostas e sobre o rumo que deveria tomar a partir daqui, mas tenho consciência de que o trabalho a realizar será de grande exigência para o professor em termos de preparação e planificação. Debati-me, mais uma vez, com a possibilidade de, se quiser levar isto à regra, o trabalho vai ser árduo porque tenho algum receio de não conseguir cumprir a planificação.

Uma mais valia do Programa de Português é a sua ligação ao Plano Nacional de Leitura e, claro, a co-relação com o Plano Regional de Leitura, pois penso que apoia os professores, mas não os limita. Normalmente, eu costumo chamar a atenção dos meus alunos para a aquisição de livros com o símbolo do PNL e, aqueles que o fazem, já demonstram essa preocupação e fazem questão de mo mostrar. Pena que sejam ainda poucos os que adquirem livros por iniciativa própria… Vou continuar a lutar por isso.

Muito interessante, o facto do Programa permitir a leitura de diversos textos, não só os literários, mas também os não literários que, porventura, podem ser mais próximos aos alunos e motivá-los para outras tipologias mais complexas.

Não sei se conseguirei pôr em prática algumas das propostas, porque, quer queiramos, quer não, também depende em boa parte dos alunos e da sua vontade. No que me compete, comprometo-me a fazer o melhor possível e em prol de boas leituras dos e para os alunos, levando-os por “(…) um mar de sentimentos e emoções presentes no nosso mundo real e imaginário, no qual precisamos mergulhar de cabeça para descobrir um infinito de coisas...” (Rivaldo Rocha).



12 de Fevereiro – 2ª sessão

Nesta segunda sessão, foi dado enfoque à elaboração de uma sequência didáctica. No início, tudo parecia encaixar e de fácil concepção, mas quando passámos ao trabalho em pequenos grupos, a realidade foi bem diferente. Traz-me alguma preocupação a elaboração destes documentos para a implementação do Novo Programa, embora agora tenhamos mais tempo para amadurecer ideias e práticas com o adiamento dessa mesma implementação.

Apesar das dificuldades, considero ser um trabalho necessário e proveitoso, sobretudo para os alunos, mas também para o professor, uma vez que uma sequência didáctica nos dá uma visão mais profunda do trabalho que precisamos realizar com os discentes.

O modelo de sequência didáctica apresentado, quanto a mim, é interessante, mas senti necessidade de o reformular, de o adaptar de forma a que me fizesse mais sentido. Na minha prática docente não tenho vindo a utilizar este tipo de planificação, mas tenho consciência da sua importância e até já trabalhei nestes moldes quando orientei estágio. A associação da competência foco a outras elucida-nos quanto à importância da integração das várias competências numa aula ou numa sequência, proporcionando aos alunos uma aprendizagem mais articulada e com maior sentido, uma vez que deve fazer a tão imprescindível diagnose à turma para um acompanhamento e trabalho mais profícuos.

Certamente irei esforçar-me por aprender a sequencializar, assim como a anualizar, pois faz parte da nossa capacidade e competência profissional, mas muito trabalho nos espera, disso estou certa.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Sessões de Replicação

 Sessões 1, 2 e 3 - EBI Lagoa

Em relação ao acompanhamento, as docentes Graça Borges e Susana Barrinho, na E.B.I de Lagoa, reuniram-se com o Conselho Executivo, agendaram as sessões de replicação e facultaram atempadamente o Novo Programa de Português, em suporte papel, aos professores convocados (1º Ciclo, incluindo Programa Oportunidade; grupos 200, 210 e 220, do 2º Ciclo. Os docentes do Departamento Especializado de Orientação Pedagógica foram convidados a participar, uma vez que a sua formação base é dos referidos ciclos).


Realizaram-se três sessões de replicação, relativas aos módulos I e II da formação.

A primeira sessão, em 27 de Janeiro, centrou-se na apresentação do contexto, do enquadramento e da estrutura do Programa. Realizaram-se actividades de grupo com os colegas para que contactassem e conhecessem o documento com que irão trabalhar, valorizando a articulação entre ciclos.


A segunda sessão, decorrente em 3 de Fevereiro, debruçou-se sobre a competência do oral (compreensão e expressão). Foi proporcionada a realização de actividades individuais e de grupo, mais uma vez, interciclos.

Na terceira sessão, levada a cabo em 10 de Fevereiro, foram abordadas as competências da escrita e do CEL, com o desenvolvimento de tarefas interciclos. O GIP do CEL foi disponibilizado aos colegas em suporte informático. Referiu-se a questão da anualização, no entanto, e por motivos de horário, pediu-se aos colegas que reflectissem sobre a questão, não se tendo efectuado um exercício prático, aspecto que trabalharemos numa outra oportunidade.

As referidas sessões foram apresentadas com recurso a diapositivos em power point por se considerar que seria a melhor forma de proporcionar a todos um bom acesso visual. Os materiais utilizados foram elaborados com base nos documentos disponibilizados nas sessões de formação e através da análise do Programa e do GIP do CEL.

As dificuldades sentidas no desenvolvimento deste trabalho prendem-se, sobretudo, com a consertação de horários das formandas para elaborar materiais e preparar as sessões de replicação.

Os colegas participaram nas sessões com interesse, apresentando intervenções pertinentes e colocaram dúvidas sobre os manuais escolares vindouros e a implementação da nova terminologia. De realçar a participação de uma docente que se encontra a leccionar Educação Física no 1º Ciclo que, por sua iniciativa, demonstrou interesse em fazer parte do grupo de trabalho sobre a implementação dos novos programas de português, evidenciando que esta é uma área curricular transversal.

Ficou agendada uma próxima replicação para o dia 3 de Março.


4ª sessão de acompanhamento


No dia 3 de Março de 2010 realizou-se, na EBI de Lagoa, a 4ª sessão de replicação do curso de implementação dos Novos Programas de Português para o Ensino Básico, subordinada à competência da leitura. Os docentes dos 1º e 2º ciclos, respectivamente grupos 200, 210 e 220, e Programa Oportunidade foram convocados pelo Conselho Executivo, tendo sido convidados a participar os docentes do Departamento Especializado de Orientação Pedagógica devido à sua formação base.

As formandas Graça Borges e Susana Barrinho organizaram a sessão com recurso a power point, utilizando para o efeito e como base os documentos de apoio disponibilizados na plataforma, bem como o Programa e o respectivo GIP.

A sessão iniciou-se, à semelhança da formação recebida pelas docentes, com a análise de alguns textos, questionando os replicandos sobre as várias formas de os trabalhar nos diversos ciclos. Prosseguindo, as formandas explicitaram informações sobre a competência em foco, explorando o GIP respectivo e os conceitos presentes nos Novos Programas: resultados de estudos PISA; reflexões sobre as práticas de leitura na aula de Português; conceito de leitura; processos de leitura; interacção de factores na leitura; papel do professor no desenvolvimento da leitura; actividades, estratégias e etapas a desenvolver no âmbito da leitura. Foi ainda explorado o assunto da educação literária, evidenciando a mais valia dos textos literários nas aulas de Português, contemplados no Plano Nacional de Leitura, que integrará o recém criado Plano Regional de Leitura, filiado no Currículo Regional, e que foi dado a conhecer aos presentes nos seus fundamentos e âmbitos.

A questão do corpus textual foi novamente abordada, bem como a explicitação dos contextos promotores de leitura nas suas diversas vertentes.

A última parte da sessão prendeu-se com uma nova análise, por parte dos docentes participantes, à forma de trabalhar os textos inicialmente distribuídos, uma vez que haviam já sido explanados os conceitos inerentes à competência da leitura.

Os docentes participaram com interesse, uns acharam que os textos eram adequados, outros opinaram nunca vir a trabalhar os documentos disponibilizados com alunos seus, mas referiram algumas experiências de actividades de leitura levadas a cabo no seu percurso profissional. Foi referido que a competência da leitura é deveras importante, no entanto é igualmente importante que as escolas, nomeadamente as suas bibliotecas, sejam equipadas com as obras necessárias à elaboração do respectivo corpus textual e em número necessário para desenvolver trabalho nas turmas. Evidenciaram ainda alguma preocupação quanto ao tempo a disponibilizar nas suas aulas para uma boa prossecução da implementação de todas as competências referenciadas nos Novos Programas, pelo menos com as indicações presentes. As formandas tentaram tranquilizar os colegas ressalvando o facto de haver ainda tempo para amadurecer conceitos e testar actividades, relembrando que os exercícios de anualização e as vindouras sequências didácticas poderão vir a desvanecer algumas inquietações.



5ª sessão de acompanhamento

A 5ª sessão de replicação ocorreu no dia 17 de Junho de 2010, tendo por base a análise ao GIP da escrita e o conceito de sequência didáctica. O recurso de apresentação utilizado foi, mais uma vez o power point e participaram todos os docentes convocados e convidados, à semelhança das sessões anteriores.

Desta forma, as formandas iniciaram a sessão com uma apresentação da estrutura e dos fundamentos do referido GIP: etapas da escrita; modelos de correcção; concepções; dimensões; contextos promotores do desenvolvimento e aprendizagem da escrita e papel do professor. Foram referidas actividades descritas no documento, exortando os presentes a testar algumas delas com os seus alunos.

Relativamente a este assunto, os docentes referiram, mais uma vez, que o Programa era de carácter ambicioso tendo em conta a realidade com que trabalham e que sentem alguma dificuldade em operacionalizar desta forma as competências explanadas no Programa.

Na 2ª parte desta sessão de replicação foi abordado o tema das sequências didácticas. As formandas optaram por explorar os conceitos inerentes à realização das sequências, tais como competência foco e associadas, etapas, descritores de desempenho, conhecimentos prévios, avaliação. Em suma, apresentou-se o esquema de uma sequência didáctica. Foi explicado um modelo de sequência realizado no módulo IV da formação para que os colegas tivessem a percepção do próprio modelo e da dinâmica de processo para elaboração de tal documento.

Este assunto suscitou, como era de esperar, dúvidas por parte dos docentes, algumas pertinentes, tais como a dificuldade em estabelecer conhecimentos prévios apenas para a competência foco ou também para as associadas ; como obter os conhecimentos prévios, ou ainda, como operacionalizar as sequências no 1º Ciclo, tendo em conta as diversas áreas com linguagens diferentes. Nem sempre as formandas souberam responder concretamente às dúvidas colocadas, uma vez que também ainda se encontram em processo de formação, tendo dado precisamente tal indicação. Ressalvaram uma vez mais que a formação continuará no próximo ano lectivo e que, por esse motivo, optariam por não pedir aos colegas um trabalho prático de sequência didáctica nesta sessão, quer pelo período do ano lectivo, quer pela necessidade de se amadurecer conceitos. Deixaram em aberto a possibilidade de algum ou alguns docentes poderem experimentar o exercício, caso lhes aprouvesse, e evidenciaram o facto de não haver um modelo estático do documento, cada um deveria adaptá-lo à sua realidade.

Devemos referenciar que os docentes fizeram um balanço da pertinência das sessões de replicação, tendo alguns considerado que, nos moldes actuais, são pouco profícuas, uma vez que não vêem as suas dúvidas totalmente esclarecidas. Neste âmbito, as formandas voltaram a referir que há ainda muito caminho a percorrer, aprendizagens e amadurecimentos a fazer, pelo que no início do próximo ano lectivo se voltará a abordar os conceitos inerentes aos Novos Programas e que, até lá, cada um deveria fazer trabalho autónomo de enriquecimento. Outros docentes concluíram que as replicações foram importantes para dar um conhecimento geral do pretendido pelos Novos Programas de Português e concordaram com o facto de haver mais um ano de trabalho sobre o tema.

Não haverá sessões de replicação em Julho por uma questão de agenda de trabalho já elaborada e distribuída.

Consideramos ter cumprido o nosso dever, com a intenção de proporcionar informação pertinente e troca de experiências entre pessoas e ciclos de ensino, por forma a optimizar a implementação destes Novos Programas de Português.

Reflexão 2ª sessão (12 e 13 de Novembro)

Respeitante à 2ª sessão da formação, importa referir que foi iniciada com a partilha de experiências sobre o trabalho até então desenvolvido, altura enriquecedora em que expusémos as nossas dúvidas, nos lamentámos e nos congratulámos, de uma forma ou de outra, por um ou por outro motivo.
Nestes dois dias abordámos as competências do Conhecimento Explícito da Língua e da Escrita, realizando trabalhos em pequeno grupo, sempre interciclos, com apresentação em plenário.
Concernente ao Conhecimento Explícito da Língua, e após termos observado os resultados de um estudo da DGDIDC, mais uma vez, senti que revia ali as minhas práticas, senti que aquilo acontecia comigo, na minha profissão e no meu desempenho. Leccionar conteúdos de CEL carece, não só da explicação de regras, da sua exemplificação, aplicação e treino; não só de ser abordados a partir de actividades de leitura e escrita, mas sim de os integrar e interligar com todas as outras competências para que os alunos não sintam que cada conteúdo é uma parte que se "arruma em gavetas separadas". Assim, revela-se importante aferir que conhecimentos linguísticos têm os alunos; programar e planificar o trabalho com base nesses conhecimentos e com vista a que os discentes consigam mais tarde aplicá-los noutras competências.
O trabalho realizado na sessão sobre as dificuldades dos alunos e dos professores; o tipo de trabalho e os instrumentos de apoio usados, bem como propostas para superação das dificuldades sobre o CEL, levou-me a reflectir sobre a minha prática e, apesar das planificações por mim elaboradas serem sequenciais e resultarem de forma positiva quando transpostas para as aulas, apercebi-me que também o faço por conteúdos, embora julgue estar a enquadrá-los, mas quase sempre a partir de uma actividade de leitura e escrita. Percebi que há um longo caminho a percorrer para aperfeiçoar aquilo que tento transmitir aos meus alunos e que, quando penso estar a fazer o melhor para eles, se calhar, preciso repensar e partir deles e do que eles conhecem.
No decorrer deste dia, chegámos a um ponto que me suscita algumas dúvidas: a anualização do CEL. Seguindo um exemplo, tentámos, em grupo, fazer um exercício de anualização de um conteúdo, tendo sempre em atenção a progressão e a complexificação exigidas por momentos ou ciclos. Foi algo um pouco difícil de realizar, são muitos, mas lá conseguimos esquematizar o trabalho e atender ao que nos era pedido. Confunde-me o facto de, já em tempo de operacionalização, em departamento, termos de proceder à anualização de todos os conteúdos do CEL: como vamos fazer? Podemos fazer uma anualização geral, a nível de Departamento, ou cada professor deve elaborar a sua e adequar às especificidades de cada turma? Ainda me sinto um pouco "perdida", mas com o tempo lá chegarei...
No 2º dia desta sessão de formação, lançámo-nos aos desafios da escrita e constatei que escrever é realmente uma actividade complexa que pressupõe a execução de várias etapas: pré escrita; planificação; textualização; revisão. Só desta forma o professor conseguirá bons resultados na escrita dos seus alunos, mas isto requer treino e, sobretudo tempo, que nós, muitas vezes, sentimos não ter.
Analisámos algumas propostas de escrita, em pequeno grupo, actividade bastante enriquecedora, uma vez que deveríamos criticar os documentos retirados de manuais dos três ciclos de ensino, que por nós podiam ser utilizados, proporcionando, mais uma vez, a articulação e a partilha de experiências. Todos os grupos apresentaram as suas conclusões, tendo-se concluido que afinal são poucas as actividades de escrita que apelam às etapas necessárias descritas. Uma oficina de escrita na escola faz falta!
Terminámos esta sessão abordando os eixos da compreensão oral.
Desta 2ª sessão realço a importância que é dada ao CEL, reconhcendo-o como competência nuclear, apostada no conhecimento implícito que os alunos têm da língua, mas que, repetidamente, nem dão por ele e cabe-nos a nós, profesores, fazer com que eles explicitem aquilo que já detêm, aperfeiçoando-o, e promover estratégias para a sua aplicação nas demais competências.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Reflexão da 1ª sessão

Fiquei entusiasmada e interessada ao saber que ia frequentar a formação sobre Implementação do Novo Programa de Português para o Ensino Básico, pois vinha aí uma, mais uma, novidade e era preciso estar preparada para tal.
Na 1ª sessão de trabalho, realizada a 1 e 2 de Outubro de 2009, e após as apresentações oficiais e necessárias, iniciámos o percurso de trabalho sobre o programa: falou-se do enquadramento geral do curso; dos fundamentos e conceitos chave do programa; do contexto em que o mesmo se formou, com conhecimento de resultados de estudos efectuados com base nas dificuldades dos alunos, dos professores e do próprio sistema (PISA e IELP), bem como das recomendações surtidas da Conferência Internacional sobre o Ensino do Português.
Confesso que nesta fase, os olhos já se me tinham arregalado algumas vezes e o pensamento já voava para cenários do género "onde é que estou metida?", mas olhava à volta e pressentia o mesmo nos outros, pelo que pensei "não há-de ser nada...".
Entrámos, então, na exploração do programa propriamente dito e naquilo que mais se destaca nele: compreensão e expressão oral. A formadora, muito expressiva e com vontade de "espicaçar" o público, apresentou um excerto de uma afirmação de José Saramago, polémica, ao seu bom jeito: «(...)em rigor, a escola, que tão mal ensina a escrever, não ensina, de todo, a falar.(...)». Ora, quando li estas e as restantes palavras que aqui não transcrevi, pensei logo que não era justo...então nós, que tanto nos esforçamos por ensinar os alunos a falar correctamente, que os corrigimos na sua oralidade constantemente, somos postos em causa por este senhor (grande, mas não dos meus favoritos) que nem conhece a nossa realidade? Pois bem, a formadora conseguiu a nossa atenção e a participação foi acesa e produtiva.
Avançámos e conhecemos um pouco dos que foi a oralidade para a escola ao longo dos tempos; percebemos que, afinal, embora, na minha opinião, não tão radical como o afirmara Saramago, havia problemas neste plano: o professor ocupa grande parte do espaço da aula com a sua oralidade e os alunos apenas participam quando lhes é dada oportunidade. Retive esta informação porque "também eu faço isto...", dei-me conta. No seguimento deste tema, o grupo presente partilhou experiências, momento sempre enriquecedor, e apercebi-me de que ainda sentimos dificuldade em avaliar a competência do oral, há falta de instrumentos, de materiais e, por isso, muitas vezes centramo-nos mais nas outras, menos subjectivas, talvez.
Ao longo da sessão formaram-se grupos de trabalho com professores dos vários ciclos, realizaram-se actividades para manuseamento e conhecimento do programa, quanto a mim, profícuas. Findos os trabalhos, espaço houve para as apresentações das conclusões e todos os grupos deram a sua contribuição para, mais uma vez, se partilharem experiências e opiniões.
No final da sessão, e depois de uma boa análise ao programa, aquilo que mais me agradou foi o facto da organização do documento apontar para uma articulação interciclos, que muita falta faz, em meu entender, com gradual complexificação dos conteúdos; também a já referida insistência na competência do oral, nunca por si só, mas sempre interligada com outras competências; o apontar para as vantagens do uso das TIC, no sentido de proporcionar aos alunos mais e melhores recursos e, muito importante, a possibilidade do professor compor o seu corpus textual, adequado à realidade e especificidade dos seus alunos, aspecto que tantas vezes é condicionado pela existência de uma lista de obras literárias obrigatórias e pouco extensivas.
Muito bem preparada a sessão, os nossos formadores proporcionaram-nos o conhecimento da plataforma Moddle (conhecia, mas não dominava), na qual iríamos trabalhar a partir daqui. Suscitou algumas dúvidas, mas como bons profissionais que somos, conseguiremos conquistar mais esta etapa. Pontos positivos: aprendemos mais qualquer coisa vantajosa das TIC e será um bom recurso para as tarefas que teremos de efectuar.
Em jeito de conclusão, apesar de me sentir um pouco alarmada com a quantidade de trabalho vindouro, gostei da sessão, considero ter havido uma boa abordagem dos assuntos e de lá saí com ideias para aplicar nas turmas. Não obstante, julgo ser um programa algo ambicioso tendo em conta a nossa realidade, não pelas novidades apresentadas, pois sei que vão ser atingidas e conseguidas dentro do possível, mas pela forma como se pretende a preparação, planificação e aplicação das diversas competências.
Agora resta-nos trabalhar no que já temos, naquilo que ainda por aí vem e tudo se há-de conseguir, com esforço e preserverança, pois "Aprender a ser professor é uma viagem longa e complexa, repleta de desafios e emoções" (Richard I. Arends, in Aprender a Ensinar).